sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Mimese

Eu roubo as galinhas mesmo e os homens me chamam de oportunista. Eles as criam em cativeiro só para si e têm sede por sangue, o meu sangue. Hoje em especial é um dia em que não tenho sossego. Vem um caçador após o outro eu fujo para qualquer canto. Longe deles miro as galinhas. HUMMM, que delícia de carne....... Amanhã já não lembro mais daquele sabor. Nada me prende: eu pulo sobre ciladas armadilhas saudades. Eu me satisfaço agora, me salvo de tiros logo depois. Viver sozinho, sem laços.
Mas o que você faz aqui? Bem, você não é o primeiro tolo que vem ouvir uma raposa mesmo. Está perdido? Sua inocência me encanta. De repente encontro, no fundo dos seus olhos, o vazio da minha alma. Quero... quero sentir um pouco de dor, não tenho medo. Eu procuro um significado dentro de mim, que perdure por toda minha vida, toda minha lembrança. Ah!! por favor, fique! Eu serei tão especial para você!
É preciso perder tempo para criar laços. Eu ganho plenitude, perco liberdade. Cativeiro... cativar. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

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