Cara Sart,
Não vou perguntar como vais, até porque não quero ouvir o pior. Não quero ouvir estou muito bem, obrigada, espero que estejas bem também. Porque eu não estou bem, e não queria que estivesses feliz longe de mim. Desde o nosso encontro perto do deserto, tu me cativaste e és responsável por mim. Mas será que foste verdadeira?
Quando tu foste embora, eu realmente chorei, realmente sofri. Resolvi sair pelos bosques e buscar a reflexão e o auto-conhecimento. Cheguei nas franjas do deserto e contemplei, olhando no horizonte, o vazio dentro de mim. O oco na minha alma que anos de fugir de caçadores e caçar galinhas me causou. Mesmo com o calor, me arrepiei. De medo, medo de ter me perdido de mim. Então resolvi voltar, e todas as tardes, às cinco horas, ficava olhando a brisa que vinha espalhar a relva; me fazia lembrar dos teus cabelos. Preparava meu coração desde o meio-dia. Eu sigo ritos e tenho todo o tempo do mundo. Eu valorizo a essência, eu valorizo o que fica e o que os olhos não vêem nem os dedos tocam. Como eu, não há mais raposa na Terra.
E como tu, não há mais em todo o universo. Não és mais uma humana qualquer, nem sou mais a mesma raposa, desde que me cativaste. Ai... volta, Sart!
Hum... que fome... Já é hora do desjejum... faz tempo que comi meu último franguinho.
Com carinho,
Baposa
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cara Sart,
ResponderExcluirde pretensões em pretensões
a web enche o papo
de arte, coisas boas e encontros
por aqui estamos sempre por perto
não garanto dançando,
posso pisar alguns pés.
abraço e
vida longa ao blog!